O encontro de violeiros teve sua 21ª edição ocorrida nos dias (2) e (3) de maio deste ano
no município de Poxoréu no espaço de eventos do Sindicato Rural, onde anteriormente
ocorria a Feagropox (Feira Agropecuária de Poxoréu), para manter viva a cultura local
e fortalecer o vínculo de seus moradores e visitantes com moda de viola.
O idealizador do evento José de Souza Filho, nascido em 02 de novembro de 1952 no
município de Araguari, estado de Minas Gerais, teve sua inspiração através de seu gosto
apurado pela música sertaneja .

Desde criança ouvia as modas de viola com seu querido pai o senhor José de Souza
Sobrinho (Juca). No reportório encontravam-se as músicas de: Tônico e Tinoco, Vieira e
Vieirinha, Pedro Bento e Zé da estrada e muitos outros, ao som do velho e eterno rádio.
Em meados dos anos 90, mudou-se com a família para o estado de Mato Grosso,
adquirindo uma propriedade rural nos arredores do distrito de Aparecida do Leste.
Tornou-se, anos mais tarde, presidente do Sindicato Rural, vice-prefeito da cidade e
entre outras conquistas por sua boa conduta.
“A amizade é uma das relações mais especiais que podemos ter na vida. São os amigos que nos apoiam,
nos confortam e que estão ao nosso lado nos melhores e piores momentos”.
Fonte: Site “Pensador
Mantendo essa linha de raciocínio, seu idealizador buscou nas amizades força e apoio
para concretizar este projeto, que posteriormente, se tornaria um evento de magnitude
nacional. José de Souza estava à frente da presidência do Sindicato Rural (instituição
responsável pelo local da realização do evento) desde o ano de 1995.
No ano de 2002, na 1ª Feagropox, convidou seu amigo e cantor amador Paulo Cruz, um
“amansador de burro bravo”, para apresentar-se no picadeiro de rodeio, surgindo neste
momento, à sábia ideia de concretizar o evento. Convidou então seu parceiro (Paulo
Cruz) e também mais um amigo, o senhor Paulo Ferreira, um fazendeiro da região, para
auxiliá-lo na organização.
O encontro teve seu início em 2003 durante a 2ª Feagropox, ocorrida entre os dias (23)
a (27) de abril.

Na época, o cartaz do evento, trazia o seguinte anúncio: “Encontro de Violeiros
profissionais”; porém até sua impressão não havia inscritos, fato este que ocasionou
certa preocupação em seus organizadores.
Iniciou-se de maneira tímida, em um local simples e pequeno, com poucas
acomodações, entretanto não faltou talento e uma boa moda viola.
Participaram violeiros locais e também regionais – somente voz, violão e viola.

Os cantores Zé Mulato e Cassiano, Marcos Violeiro e Adalberto, Zé Antônio e Divanei,
Paulo Cruz e Eduardo (sendo 5 duplas de violeiros) também marcaram presença nesta
primeira edição.
A concha acústica começou a ser almejada durante a 3ª Feagropox, quando o
governador do estado de Mato Grosso daquela época, o senhor Blairo Maggi, visitou a
cidade para assinar um Convênio com a Prefeitura Municipal de Poxoréu no tatersal de
leilões do Sindicato Rural.
Nesta ocasião, o governo municipal era representado por Antônio Rodrigues da Silva –
Tonho do Menino Velho (partido PMDB).
O governador foi convidado para prestigiar o 2º encontro de violeiros que ocorria simultaneamente à assinatura do documento. Blairo teria que se deslocar à cidade de Rondonópolis rapidamente, cumprindo sua agenda daquele dia, entretanto aceitou o convite feito pelo idealizador do evento, alegando que não poderia demorar.
No palco estava a dupla Carreiro e Carreirinho entoando a música “Canoeiro”, um
sucesso nacional e que por coincidência, era a canção favorita de Blairo Maggi e de seu
falecido pai. Subiu ao palco junto à dupla, cantou essa e mais duas músicas e antes de
deslocar-se ao seu próximo compromisso, ele mencionou ao senhor José de Souza:
“Faça um projeto de uma concha acústica e me mande. Vou autorizar para construir”.

O governador observou que o lugar já não estava comportando o numeroso público.
Naquela época, o evento acontecia em um local nomeado de “Casa do Carreiro Antônio
Jacinto”, em homenagem ao pai do pecuarista senhor Pedro Jacinto que havia doado
toda a madeira para a construção da estrutura.

Na 3ª edição do evento participaram: Zé Mulato e Cassiano, Goiano e Paranaense,
Cacique e Pajé, a apresentadora e cantora Inezita Barroso, ocorrida no pátio da
Prefeitura Municipal de Poxoréu no ano de 2006.
Muitos outros artistas de renome nacional, violeiros amadores e apaixonados pela moda
de viola raiz fizeram e ainda fazem rastos no chão poxorense.
A cidade foi por décadas conhecida como a “Capital dos diamantes” pelo fato de ter
origem e fundação em decorrência da extração de minérios, destacando-se o
“diamante”, que atraiu milhares de garimpeiros e simpatizantes de diversas regiões do
Brasil – inclusive do exterior, com a promessa de riqueza e prosperidade.

O encontro foi reconhecido como festa cultural no ano de 2009 como rege a lei nº
1.335, aprovada pela Câmara Municipal de Poxoréu.
No decorrer do tempo, o evento têm tido um crescimento constante e tornou-se um
“diamante”, encontrado por José de Souza e que até os dias atuais, o vemos “brilhar
radiante” para todo o Brasil.
Poxoréu recebe o título de “Capital Estadual da Viola” através da Lei Ordinária
12.351/2023, pelo constante destaque e abrangência desta festividade carregada de
cultura e muita música sertaneja.
“Poxoréu, outrora terra do diamante, que brilhou e atraiu multidões,
Hoje resplandece de outra forma: no som da viola.
Do garimpo à melodia, da pedra preciosa à poesia.
Transformou seu brilho em cultura, sua história em harmonia.
De capital do diamante, tornou-se, com orgulho, a capital estadual da viola.”